quinta-feira, 15 de julho de 2021

BIBLIOTECA PROVINCIAL DE SERGIPE D'EL REY

 

 

 

173 anos de criação da primeira Biblioteca Pública, na Cidade Mãe de Sergipe. (16 de junho de 1848)

 

 

 

 Livros antigos

Criada em 1848, inaugurada em 1851, instalada no convento de S. Francisco em S. Cristóvão (antiga capital) foi extinta em 1855, ao passar a sede do governo para Aracaju, restaurada em 1890, pelo   Freire e reorganizada, em março de 1913, pelo presidente Sancristovense Siqueira Menezes.

São Cristóvão foi fundada em 1590, pelo capitão português Cristóvão de Barros, quando Portugal estava sob domínio do Rei Felipe II, da Espanha, durante a União Ibérica, quando Portugal e Espanha davam as ordens. Daí, a influência dos dois países na constituição urbana da cidade a quarta mais antiga do Brasil. Em 1855, São Cristóvão deixa de ser a capital de Sergipe. Mesmo perdendo o status   de capital, o tempo e a história   não consegue   apagar   esses registros e o reconhecimento de cidade mãe   de Sergipe, onde tudo começou.

 

 Os museus de São Cristóvão

 Mês de junho. Além dos tradicionais festejos juninos, comemoramos   o aniversário da primeira Biblioteca Provincial de Sergipe, dia 16 de junho de 1848 o deputado Martinho   Garcez apresentou à Assembleia da Província um projeto de lei criando uma biblioteca na cidade mãe de Sergipe. Nesta mesma   data o Presidente da Província, Dr. Zacarias de Góis e Vasconcelos sancionou a lei número 233, em São Cristóvão, antiga capital, criando a Biblioteca Pública Provincial, o Artigo 01 da lei, já denominava como ela seria chamada, “Biblioteca Pública Provincial”, que constará de obras antigas e modernas em todos os ramos de conhecimentos humanos, escolhidas e das melhores edições. Com isso, São Cristóvão para a ser vista como a cidade das luzes,   das  letras, já era  tempo  , neste período  muitos  intelectuais   viviam   na cidade  e  produção  de  jornais  estava a todo  vapor inclusive já  editava jornais  em São Cristóvão para outros  lugares, O monsenhor Antônio Fernandes da Silveira, proprietário da tipografia Silveira, foi o responsável pela edição de muitos  jornais, como Diário do Conselho Geral da Província de Sergipe, em Estância, e o Noticiador Sergipense, em São Cristóvão Foi, também, editor do primeiro jornal da Província do Piauí, isso em  1834.

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Neste cenário de erupção   intelectual, o lugar de implantação da Biblioteca, teve um parecer  do governo da  província  que se  instalasse   dentro do convento criou  o cargo de  Bibliotecário com uma condição  que só receberia o salário  cheio  quando a biblioteca  atingisse  mil volumes  em obras.

Neste tempo também  percebe-se   a criação  de  um “Arquivo”  destinados  para a  guarda  de  originais ou cópias de mapas e relações estatísticas; Para originais, ou cópias de quaisquer papéis do governo geral, ou provincial, cuja guarda no arquivo se julgar conveniente, e para  notícias de descobertas úteis de produtos da história natural, mineralógica e botânica, bem assim originais de memórias remetidas ao governo da província para serem oferecidas à biblioteca, e que disserem respeito à história dela e do Império, ao aumento e progresso da agricultura, comércio, navegação, indústria, ciências e artes. Assim, se percebe   que a criação da 1º biblioteca   pública e o primeiro órgão a ser denominado de “Arquivo foi em São Cristóvão cidade   mãe de Sergipe a 173 anos. 

 

 

Um fato curioso na lei de criação no seu artigo 8 que o presidente da Província autorizava a conceder gratificações, se as pedirem, aos escrivães, ou a outras pessoas, que lhe apresentaram cópias autênticas de sesmarias, de escrituras, ou papéis que contenham fatos importantes para a história da Província. Assim começava a nascer o acervo da Arquivo da província.

 

Essa Lei não foi logo executada. Somente na Presidência de Amâncio João Pereira de Andrade que lhe deu execução, a 2 de Julho de 1851, quando a Biblioteca é acomodada num compartimento do Convento de São Francisco, em São Cristóvão, sendo nomeado para o cargo de bibliotecário o padre e político, José Gonçalves Barroso, com a mudança da capital em março de 1855, a Biblioteca Pública Provincial teve vida curta, desaparecendo em março de 1855, com a mudança da capital. Sergipe ficou sem biblioteca pública, durante todo o resto do período monárquico e por falta de casa, o acervo da Biblioteca ficou a cargo de um zelador, Benjamin do Prado Leite Salgado criado pela resolução provincial nº 424 de 3 de maio de 1855, que estabelecia a gratificação para o zelador, ficando este sujeito ao regulamento que fosse baixado pela presidência para o bom funcionamento da Biblioteca. Benjamin do Prado era pai do farmacêutico Joaquim do Prado Sampaio e avô do ilustre escritor sergipano Prado Sampaio.

 

Em são Cristóvão, celeiro de intelectuais, essa atenção a biblioteca, é retomada um pouco tardia, em 1959 na gestão do prefeito Elízio Carmelo se cria um projeto de lei de nº278   de 28 de fevereiro de 1959 criando assim a 1ª Biblioteca em São Cristóvão na República. Dando-lhe a denominação de Biblioteca Pública Municipal “Desembargador Rodrigues Nou.

Por meio de portaria, o prefeito Elízio Carmelo, Resolve designar os funcionários do quadro do pessoal fixo desta prefeitura, Maria César Santos e Antônio Dantas, respectivamente, para, tão logo seja instalada a “Biblioteca “como função de bibliotecária/atendente e servente/porteiro.

Em 1999 na gestão   do prefeito Armando batalha, houve   uma tentativa de se criar   mais outra biblioteca denominada de Biblioteca Pública José Batalha de Gois, a mesma   que seria   inaugurada no SESI, na mesma cidade. Em 1986 a biblioteca   recebe doação de livros   do   senador Lourival Batista possibilitando a ampliação do acervo, como também uma revitalização modéstia com alguns mobiliários. Em 2011, na gestão do prefeito Alex Rocha, aconteceu melhorias   na mesma, chamando de ampliação e revitalização da mesma.  Continua ...

 

 Adailton Andrade é historiador, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, membro do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho da Academia Sergipana de Letras, membro da  Academia Sancristovense  de Letras ,  atual diretor  do Arquivo Municipal de São Cristóvão.

  

Fonte de Pesquisa: 

  • Arquivo Municipal de São Cristóvão/Fundo: Livro de Leis e Decretos.
  • A Biblioteca Provincial/Gil Francisco /Edise   

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 14 de julho de 2021

PRAÇA SÃO FRANCISCO , 11 ANOS DA CHANCELA

 

 

PRAÇA SÃO FRANCISCO, PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE

                 São Cristóvão, cidade Mãe de Sergipe.

 

 

 Confraria Sancristovense  de História  e Memória   .

 

 

A Praça São Francisco é o testemunho da permanência da Ordem Religiosa Franciscana em Sergipe. Localizada na parte alta da cidade quatrocentenária de São Cristóvão, primeira capital do estado, a praça com seu espaço e construções religiosas é, na atualidade, um documento vivo do modelo de construção ibérico em terras da América Portuguesa.

 

 

Como modelo baseado no código filipino de urbanização, a Praça São Francisco possui o espaço quadrado, com suas relações de comprimento e largura ajustadas ao preconizado na Lei IX das Ordenações. Bem como as quatro vias secundárias e principais desaguando nos quatro vértices, onde em tudo relembra o que se recomendava para a Praça Maior de uma cidade. Diferentemente dos outros modelos franciscanos edificados no nordeste do Brasil que têm à frente uma rua ou espaço menor, o Conjunto Arquitetônico da Praça São Francisco possui, à sua frente, espaço amplo cercado por outros edifícios coloniais.

 CICERONE DE SÃO CRISTÓVÃO/SE: TRÊS POESIAS PARA PRAÇA SÃO FRANCISCO

Além desse argumento, a Praça São Francisco desde que foi construída serviu de cenário para manifestações do poder administrativo, religioso e político inerente aos espaços construídos na parte alta da cidade, e, principalmente das manifestações da cultura popular: carnaval, festejos juninos e manifestações do folclore. A praça é igualmente circundada por obras do barroco nordestino.

Mesclada ao estilo inconfundível do barroco litorâneo no período do Brasil colônia, a construção dos edifícios em volta do quadrilátero em questão é o registro do modo de ser e viver dos citadinos no período colonial e imperial.

Ficheiro:Visão da Praça São Francisco.jpg – Wikipédia, a enciclopédia livre

Em 2008, ano que se realizou o primeiro parecer, a UNESCO sugeriu à cidade de São Cristóvão algumas atitudes no que diz respeito a uma maior participação da comunidade local a favor da campanha, visto que, a mesma seria a principal zeladora desse patrimônio. Foram feitas campanhas de envolvimento e ações de infraestrutura, divulgação, educação (ambiental e patrimonial), dentre outras. E, consequentemente, a população foi convocada para que se engajasse à campanha pró- candidatura. A partir da segunda fase do pleito junto à UNESCO, a Espanha tornou-se um país parceiro em apoiar a reivindicação sãncristovense, embasado na construção da singular da praça, que é resultado das ordenações Filipinas em terras portuguesas e, portanto, um exemplo material único do momento histórico em que Portugal e Espanha estiveram unidos em sob uma mesma coroa.

 Filipe II, rei de Espanha, I de Portugal, * 1527 | Geneall.net

Chegando ao século XXI como local de identidade e de memória, sendo tombada pela Unesco no dia 1º de agosto de 2010 como Patrimônio Cultural da Humanidade, este ano, estamos comemorando 11 anos de chancela como guardiões da preservação desde testemunho hispânico em solo sergipano. A Praça São Francisco, ao se tornar patrimônio em nível global, tanto pelo seu valor histórico, como sociocultural, configura-se como lugar de memória coletiva para os moradores, bem como local com potencialidades para o desenvolvimento do turismo, a exemplo de outros sítios históricos espalhados pelos cinco continentes. É neste sentido, que nos orgulha de ver o povo sancristovense ocupar o espaço para suas manifestações culturais, se sentir coparticipante deste reconhecimento, Patrimônio Mundial, orgulho do povo sergipano, honras para o povo Sancristovense. Parabéns São Cristóvão cidade que se orgulha de sua gente esse sim, seu maior patrimônio.

 

Hoje, Além do orgulho sancristovense  de tem um bem  patrimônio mundial, temos  o reconhecimento  por força  de uma lei estadual, o reconhecimento  de Cidade  Mãe  de Sergipe.

Lembrando, que a responsabilidade de conservação, é atribuída as três esperas do poder, união, estado e município, sabemos que existe um Comitê Gestor tendo representação das três esperas do poder e da representação da participação popular. 11 anos, comemorar com, uma reflexão do que podemos fazer muito mais. Avante!!!

 Património Mundial da Humanidade :: Visitguimaraes3

 

 Confraria Sancristovense  de História  e Memória