sábado, 3 de julho de 2021

MESTRES DA CULTURA POPULAR SANCRISTOVENSE

 

Cidade Mãe  de Sergipe, sua  Cultura  sua Gente seu maior  Patrimônio .


Apresentação

Multiplicadores e mantenedores   da cultura e das riquezas populares sancristovenses, os personagens que compõem o acervo cultural de São Cristóvão encantam pela beleza, criatividade, resistência e a importância histórica do que produzem e passam para gerações   futuras. Esses mestres muitas das vezes invisíveis e anônimos pela sua própria gente, tentam entre tronco  e barrancos  fortalecer  e  preservar   o que  recebeu de  herança cultural  de seus  antepassados geralmente  como de costume  no  seio familiar, eles  sim merecem todo  nosso respeito  e admiração  pela luta  constante  em manter  viva   as manifestações populares  de sua cidade, buscando  apoio  e a valorização  dos seus trabalhos , tendo  como estandarte  de luta  a “resistência para  sua existência  .

De acordo com a tradição, todos os anos, no dia 31 de maio, a Caceteira percorre as ruas do centro histórico numa batucada que festeja a chegada do mês junino. A meia-noite, o repique dos sinos das igrejas centenárias é louvado com emoção: “o sino do Carmo abalou, abalou, deixa abalar”, diz o refrão.

 

SATÚ

(Saturnino Prudente dos Santos) 



 

Saturnino Prudente dos Santos, Conhecido como mestre Satú, natural do município de  Boquim-Se, nasceu  em 1940. Vindo  de uma família   de brincantes, ainda  pequeno    mostrava  interesse  pela cultura  que  seu pai fazia  e  logo se interessou e  começou a aprender, Filho  do mestre Autiano dos  Santos e dona  Lourdes Cruz, seus  primeiros  professores  do reisado.

Satú nos conta   que   um dia o Caboclo  ficou doente e impossibilidade  de  brincar, ele  disse aos seus pais   que estava  pronto para substituir, isso    brincando em baixo  do  boi  do reisado, mesmo assim, sabia  todas  as músicas   e  as danças se  esquecer  da tal chamada “pisada”.    

Com isso, depois deste dia   passou a fazer o caboclo,  uma nova  forma  de ver  e brincar o reisado, agora  fora do boi. Nesta época, São Cristóvão chamava atenção de muitas  famílias   devido  a oportunidade  de emprego  com suas duas  fabricas  de  tecidos  funcionando, e essas pessoas  vindo  de vários lugares, traziam consigo  sua  arte  sua cultura isso  já chegando na década   de 1960. Segundo  alguns brincantes  e  mestres, tempos  de glória  para a cultura  popular o então  conhecido  como folclore, foi quando  as fabricas   estavam em atividades, pós  seus  fechamentos  os grupos   ficaram órfãos  sem apoio e muitos  encerraram  suas  atividades. São Cristóvão passou a ser um celeiro   de exportação  deste tipo de  cultura, não só em Sergipe, mas  em estados vizinhos nossos   grupos  eram sempre  convidados  para se  apresentarem em Alagoas, Bahia  e  Pernambuco.

Hoje   o mestre Satú, nos conta que na quaresma seu pai já fazia  o enterro do boi, e ele   passou  a dar  seguimento  a  esse folguedo, hoje   esquecido  extinto  em Sergipe. Um ritual de muita  beleza  e compaixão de uma significado rico  em contexto  com a religiosidade, pois  o Boi, morre entre   as lágrimas  e tristezas  dos seus brincantes, mas  ressuscita depois  de sete dias  para a alegria e  a brincadeira  voltar a alegrar   não só os brincantes , mas  a todos  que  assistem  esse folguedo, trazendo  uma mensagem  da  ressurreição. Mestre Satú, foi  também agraciado  pelo Ministério  da Cultura com o premio “Cultura Populares “, na  categoria  “Mestres”, isso no ano de  2009, na  edição conhecida  como Dona  Izabel. Hoje  o mestre  Satú é unanimemente reconhecido  pela  sua competência e resistência  em manter  essa cultura viva honrando   os ensinamentos  de seus  pais   seus  primeiros  mestres.  Satú  faleceu mês  de junho de 2021, deixando  de luto a  cultura sancristovense . 

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                              MESTRE JORGE DO ESTANDARTE 

                                                          (Jorge dos Santos) 

 

Desde cedo Jorge dos Santos já fazia estandartes para os grupos da cidade, seu envolvimento com a cultura  popular  da cidade  já foi contribuindo  com sua arte  de fazer   os símbolos representativo  de cada folguedo  ou manifestação  da cultura popular  local. Mais tarde, estes trabalhos manuais viraram o tema da exposição ‘Mestre Jorge: feito de alegria’. Multiplicadores das riquezas populares sancristovenses, organizado pelo Museu de Arte Sacra.

Todo este trabalho em 2017, foi reconhecimento nacional pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio do "Edital Culturas Populares 2017", no qual três personalidades do município foram premiadas. Neste edital, Jorge dos Santos (Seu Jorge do Estandarte), Foi selecionando entre os 500 artistas   e personalidades nacionais a serem reconhecido como Mestre  da Cultura Nacional,  esse  reconhecimento  teve  a motivação  isso  por transmitir   o conhecimento e pelo papel desempenhado no contexto histórico-cultural, o Ministério os concede a titulação de mestre.

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                                                     MESTRE RINDU DA CACETEIRA  

 (José Gonçalo dos Santos )


José Gonçalo dos Santos, um simples pescador que se fez Mestre Rindú conhecido e reconhecido nacionalmente  pela sua Caceteira folguedo popular   que esteve  na sua  vida dele desde criança. Ele  contava  que  começou  muito cedo, com 8 anos    estava  envolvido  com a Caceteira dentro de  casa  sempre dentro  do seio  familiar, Zé Filomeno,(avô),  Antônia,(avó), Gino Alfredo dos Santos(pai)Maria Noêmia dos Santos(mãe). Não imaginava que essa  alegria , esta brincadeira  iria  mais tarde   fazer  com que  José Gonçalo  virasse  o mestre  Rindú. Tudo isso, vendo e aprendendo, não só a Caceteira, mas outras   manifestações   que presenciava   as apresentações.

Hoje   o nome de Rindú, um simples pescador que se fez Mestre numa história de vida memorável e dedicada a   cultura popular, de sua gente . Vale destacar a chegança  herdada   por outros  mestres  esquecidos  pela memória   da cultura popular, Rindú  da chegança  mas  sua maior  propriedade  de  domínio   cultural  foi a caceteira   todos os anos, no dia 31 de maio, a Caceteira percorre as ruas do centro histórico numa batucada que festeja a chegada do mês junino. A meia-noite, o repique dos sinos das igrejas centenárias

da cidade  mãe de Sergipe. Em vida, Rindú  recebeu  algumas horarias, reconhecimento ao seu  trabalho  de  resistência  a manter  viva a  tradição

  • Medalha Mestre Candunga, outorgada pela Prefeitura Municipal de Laranjeiras, no Encontro Cultural de Laranjeiras, 2011;
  • Medalha Mérito Cultural Tobias Barreto, outorgada pelo Governo do Estado de Sergipe, no ano de 2015.
  • O Mestre Rindú que abalou a vida cultural de São Cristóvão, seguiu para o plano espiritual, no domingo, (6/8) de 2017
  • após missa de corpo presente, canto do bendito da Chegança e últimas homenagens de autoridades, parentes, amigos e admiradores. Doravante, no mês dedicado ao folclore, os brincantes terão um motivo a mais para pular: preservar a memória do Mestre Rindú.

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RAIMUNDO  

(Raimundo Bispo dos Santos )

 


Raimundo Bispo dos Santos nasceu em Ponto Tubatinga, Bahia, em 9 de novembro de 1925. Teve infância cercada de música por influência do seu pai. Chegou em Sergipe aos 8 anos de idade, quando foi morar em Estância. Lá conheceu o Reisado, o Samba de Coco, passando a integrar os grupos, ora como tocador, ora como brincante. Mudou-se para São Cristóvão em 1959. Integrou-se com entusiasmo a Chegança da cidade histórica. Organizou o grupo dos Bacamarteiros de São Cristóvão, expressão que retrata dois momentos na História do Brasil: a vitória do Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai e a caçada aos cangaceiros de Lampião. Mestre Raimundo coordena também o São Gonçalo do Amarante e o Samba de Coco.

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          ZECA DE NORBERTO

          (José Lourenço dos Santos)

 


 

Zeca de Norberto, nasceu  no dia 08 de setembro de 1901 em São Cristóvão e morreu no dia 04 de abril de 1970. Ele  se  destacou fazendo parte  de alguns  grupos  da cultura popular  na sua cidade  natal, antigo da Caceteira, Samba de Coco e Chegança, figura comprometida com os folguedos e danças do folclore de São Cristóvão.  Agora a Casa está ganhando uma nova roupagem com uma proposta mais comprometida com o patrimônio ‘Zeca de Norberto’, o local homenageia um dos grandes mestres da cultura naquele município, que fez história através da sua precoce liderança em grupos como a Caceteira e Chegança.

Pois, foi assim que José Lourenço dos Santos ficou conhecido como “Zeca de Norberto” que era o seu pai, morador do Apicum. Aprendeu não só a pescar com o pai, mas todas as “brincadeiras” do folclore de São Cristóvão. As danças e folguedos entraram em seu coração e não saíram mais. Não havia Caceteira sem Zeca, nem samba de Coco, nem Chegança sem o filho do “seu” Norberto. Era baixinho  na estatura,  mas, gigante na defesa da cultura de sua gente.

 

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CHICO DO CONJUNTO

 (Francisco Pereira de Oliveira)

 Biografia  em construção.

 

 

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                                     MESTRE JOÃO DE COTA 

                                        Biografia  em construção.


 

 

ALDA CRUZ 

 


Ocupante da cadeira de número 09 da Academia Sancristovense de Letras e Artes, Alda Cruz escreve diariamente ao longo de quase cinco décadas. Em 2015 recebeu o título de cidadã sancristovense, o que muito lhe honrou. Sempre tive uma relação muito próxima e de gratidão com a cidade de São Cristóvão. Esse reconhecimento, a inspirou a criação deste espaço do cordel, com o  principal objetivo  de  manter viva a cultura do cordel e incentivar a  leitura  aos jovens  e adolescentes  da cidade, ela ainda conta  que  isso tudo importante e  representativo para o nordeste, e  especialmente, para cidade  mãe de Sergipe. “O tema do carnaval desse ano é Cordel na Folia, então nada mais propício do que essa homenagem para Alda Cruz, a nossa escritora, a nossa cordelista.” Alda Cruz, com o objetivo de manter a tradição da cultura do cordel e propagar a história do município aos quatro cantos do Brasil.

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DONA ZIL

(Maria Gizelda Cardoso)

 


Nasceu no dia 27 de outubro de 1927, em  Itaporanga –Sergipe. Começou a trabalhar logo cedo, com apenas 13 anos    era operária na fábrica de tecido São Gonçalo e  aos finais de semana  tem outro meio  de  complemento da renda na arte  da costura , que aprendeu também no tempo de menina.

O Carnaval sempre foi a sua paixão e encanto, segundo ela  mesmo conta, em 1959 criou um bloco  para  desfilar nos carnais   de São Cristóvão, sendo  assim, fundou  o “Bloco Caretas “, que tinha como atração, homens vestidos  de mulheres  e mulheres   vestidos  de homens , mas  todos   usando máscaras,  ela ainda conta que   muitos  brincantes  por falta  da mascara  pintava seu próprio  rosto com carvão, diante disto, o bloco dos Caretas também era chamado de “Bloco dos  sujos”. Continua..

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ACÁCIA

(Acácia dos Santos)

  Biografia  em construção.

 


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                                              MESTRE NECA  

                                    (Manuel Messias   de Andrade)

  Biografia  em construção.

 


PS. Continua  com outros  mestres.... 

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Fontes  de pesquisa:

  •  Textos de Tiago Fragata
  • Aglaé Fontes  de Alencar 
  • Jackson da  Silva Lima  
  • Entrevistas  aos  mestres e brincantes realizadas  e transcritas  pelo historiador Adailton Andrade.

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