Cidade Mãe de Sergipe, sua Cultura sua Gente seu maior Patrimônio .
Apresentação
Multiplicadores e mantenedores da cultura e das riquezas populares sancristovenses, os personagens que compõem o acervo cultural de São Cristóvão encantam pela beleza, criatividade, resistência e a importância histórica do que produzem e passam para gerações futuras. Esses mestres muitas das vezes invisíveis e anônimos pela sua própria gente, tentam entre tronco e barrancos fortalecer e preservar o que recebeu de herança cultural de seus antepassados geralmente como de costume no seio familiar, eles sim merecem todo nosso respeito e admiração pela luta constante em manter viva as manifestações populares de sua cidade, buscando apoio e a valorização dos seus trabalhos , tendo como estandarte de luta a “resistência para sua existência .
De acordo com a tradição, todos os anos, no dia 31 de maio, a Caceteira percorre as ruas do centro histórico numa batucada que festeja a chegada do mês junino. A meia-noite, o repique dos sinos das igrejas centenárias é louvado com emoção: “o sino do Carmo abalou, abalou, deixa abalar”, diz o refrão.
SATÚ
(Saturnino Prudente dos Santos)
Saturnino Prudente dos Santos, Conhecido como mestre Satú, natural do município de Boquim-Se, nasceu em 1940. Vindo de uma família de brincantes, ainda pequeno já mostrava interesse pela cultura que seu pai fazia e logo se interessou e começou a aprender, Filho do mestre Autiano dos Santos e dona Lourdes Cruz, seus primeiros professores do reisado.
Satú nos conta que um dia o Caboclo ficou doente e impossibilidade de brincar, ele disse aos seus pais que estava pronto para substituir, isso já brincando em baixo do boi do reisado, mesmo assim, sabia todas as músicas e as danças se esquecer da tal chamada “pisada”.
Com isso, depois deste dia passou a fazer o caboclo, uma nova forma de ver e brincar o reisado, agora fora do boi. Nesta época, São Cristóvão chamava atenção de muitas famílias devido a oportunidade de emprego com suas duas fabricas de tecidos funcionando, e essas pessoas vindo de vários lugares, traziam consigo sua arte sua cultura isso já chegando na década de 1960. Segundo alguns brincantes e mestres, tempos de glória para a cultura popular o então conhecido como folclore, foi quando as fabricas estavam em atividades, pós seus fechamentos os grupos ficaram órfãos sem apoio e muitos encerraram suas atividades. São Cristóvão passou a ser um celeiro de exportação deste tipo de cultura, não só em Sergipe, mas em estados vizinhos nossos grupos eram sempre convidados para se apresentarem em Alagoas, Bahia e Pernambuco.
Hoje o mestre Satú, nos conta que na quaresma seu
pai já fazia o enterro do boi, e
ele passou a dar
seguimento a esse folguedo, hoje esquecido
extinto em Sergipe. Um ritual de
muita beleza e compaixão de uma significado rico em contexto
com a religiosidade, pois o Boi,
morre entre as lágrimas e tristezas
dos seus brincantes, mas
ressuscita depois de sete
dias para a alegria e a brincadeira
voltar a alegrar não só os
brincantes , mas a todos que
assistem esse folguedo,
trazendo uma mensagem da
ressurreição. Mestre Satú, foi também agraciado pelo Ministério da Cultura com o premio “Cultura Populares “,
na categoria “Mestres”, isso no ano de 2009, na
edição conhecida como Dona Izabel. Hoje o mestre
Satú é unanimemente reconhecido
pela sua competência e
resistência em manter essa cultura viva honrando os ensinamentos de seus
pais seus primeiros
mestres. Satú faleceu mês de junho de 2021, deixando de luto a cultura sancristovense .
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MESTRE JORGE DO ESTANDARTE
(Jorge dos Santos)
Desde cedo Jorge dos Santos já fazia estandartes para os grupos da cidade, seu envolvimento com a cultura popular da cidade já foi contribuindo com sua arte de fazer os símbolos representativo de cada folguedo ou manifestação da cultura popular local. Mais tarde, estes trabalhos manuais viraram o tema da exposição ‘Mestre Jorge: feito de alegria’. Multiplicadores das riquezas populares sancristovenses, organizado pelo Museu de Arte Sacra.
Todo este trabalho em 2017, foi reconhecimento nacional pelo Ministério da Cultura (MinC), por meio do "Edital Culturas Populares 2017", no qual três personalidades do município foram premiadas. Neste edital, Jorge dos Santos (Seu Jorge do Estandarte), Foi selecionando entre os 500 artistas e personalidades nacionais a serem reconhecido como Mestre da Cultura Nacional, esse reconhecimento teve a motivação isso por transmitir o conhecimento e pelo papel desempenhado no contexto histórico-cultural, o Ministério os concede a titulação de mestre.
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MESTRE RINDU DA CACETEIRA
(José Gonçalo dos Santos )
José Gonçalo dos Santos, um simples pescador que se fez Mestre Rindú conhecido e reconhecido nacionalmente pela sua Caceteira folguedo popular que esteve na sua vida dele desde criança. Ele contava que começou muito cedo, com 8 anos já estava envolvido com a Caceteira dentro de casa sempre dentro do seio familiar, Zé Filomeno,(avô), Antônia,(avó), Gino Alfredo dos Santos(pai)Maria Noêmia dos Santos(mãe). Não imaginava que essa alegria , esta brincadeira iria mais tarde fazer com que José Gonçalo virasse o mestre Rindú. Tudo isso, vendo e aprendendo, não só a Caceteira, mas outras manifestações que presenciava as apresentações.
Hoje o nome de Rindú, um simples pescador que se fez Mestre numa história de vida memorável e dedicada a cultura popular, de sua gente . Vale destacar a chegança herdada por outros mestres esquecidos pela memória da cultura popular, Rindú da chegança mas sua maior propriedade de domínio cultural foi a caceteira todos os anos, no dia 31 de maio, a Caceteira percorre as ruas do centro histórico numa batucada que festeja a chegada do mês junino. A meia-noite, o repique dos sinos das igrejas centenárias
da cidade mãe de Sergipe. Em vida, Rindú recebeu algumas horarias, reconhecimento ao seu trabalho de resistência a manter viva a tradição
- Medalha Mestre Candunga, outorgada pela Prefeitura Municipal de Laranjeiras, no Encontro Cultural de Laranjeiras, 2011;
- Medalha Mérito Cultural Tobias Barreto, outorgada pelo Governo do Estado de Sergipe, no ano de 2015.
- O Mestre Rindú que abalou a vida cultural de São Cristóvão, seguiu para o plano espiritual, no domingo, (6/8) de 2017
- após missa de corpo presente, canto do bendito da Chegança e últimas homenagens de autoridades, parentes, amigos e admiradores. Doravante, no mês dedicado ao folclore, os brincantes terão um motivo a mais para pular: preservar a memória do Mestre Rindú.
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RAIMUNDO
(Raimundo Bispo dos Santos )
Raimundo Bispo dos Santos nasceu em Ponto Tubatinga, Bahia, em 9 de novembro de 1925. Teve infância cercada de música por influência do seu pai. Chegou em Sergipe aos 8 anos de idade, quando foi morar em Estância. Lá conheceu o Reisado, o Samba de Coco, passando a integrar os grupos, ora como tocador, ora como brincante. Mudou-se para São Cristóvão em 1959. Integrou-se com entusiasmo a Chegança da cidade histórica. Organizou o grupo dos Bacamarteiros de São Cristóvão, expressão que retrata dois momentos na História do Brasil: a vitória do Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai e a caçada aos cangaceiros de Lampião. Mestre Raimundo coordena também o São Gonçalo do Amarante e o Samba de Coco.
ZECA DE NORBERTO
(José Lourenço dos Santos)
Zeca de Norberto, nasceu no dia 08 de setembro de 1901 em São Cristóvão e morreu no dia 04 de abril de 1970. Ele se destacou fazendo parte de alguns grupos da cultura popular na sua cidade natal, antigo da Caceteira, Samba de Coco e Chegança, figura comprometida com os folguedos e danças do folclore de São Cristóvão. Agora a Casa está ganhando uma nova roupagem com uma proposta mais comprometida com o patrimônio ‘Zeca de Norberto’, o local homenageia um dos grandes mestres da cultura naquele município, que fez história através da sua precoce liderança em grupos como a Caceteira e Chegança.
Pois, foi assim que José Lourenço dos Santos ficou conhecido como “Zeca de Norberto” que era o seu pai, morador do Apicum. Aprendeu não só a pescar com o pai, mas todas as “brincadeiras” do folclore de São Cristóvão. As danças e folguedos entraram em seu coração e não saíram mais. Não havia Caceteira sem Zeca, nem samba de Coco, nem Chegança sem o filho do “seu” Norberto. Era baixinho na estatura, mas, gigante na defesa da cultura de sua gente.
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CHICO DO CONJUNTO
(Francisco Pereira de Oliveira)
Biografia em construção.
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MESTRE JOÃO DE COTA
Biografia em construção.
ALDA CRUZ
Ocupante da cadeira de número 09 da Academia Sancristovense de Letras e Artes, Alda Cruz escreve diariamente ao longo de quase cinco décadas. Em 2015 recebeu o título de cidadã sancristovense, o que muito lhe honrou. Sempre tive uma relação muito próxima e de gratidão com a cidade de São Cristóvão. Esse reconhecimento, a inspirou a criação deste espaço do cordel, com o principal objetivo de manter viva a cultura do cordel e incentivar a leitura aos jovens e adolescentes da cidade, ela ainda conta que isso tudo importante e representativo para o nordeste, e especialmente, para cidade mãe de Sergipe. “O tema do carnaval desse ano é Cordel na Folia, então nada mais propício do que essa homenagem para Alda Cruz, a nossa escritora, a nossa cordelista.” Alda Cruz, com o objetivo de manter a tradição da cultura do cordel e propagar a história do município aos quatro cantos do Brasil.
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DONA ZIL
(Maria Gizelda Cardoso)
Nasceu no dia 27 de outubro de 1927, em Itaporanga –Sergipe. Começou a trabalhar logo cedo, com apenas 13 anos já era operária na fábrica de tecido São Gonçalo e aos finais de semana tem outro meio de complemento da renda na arte da costura , que aprendeu também no tempo de menina.
O Carnaval sempre foi a sua paixão e encanto, segundo ela mesmo conta, em 1959 criou um bloco para desfilar nos carnais de São Cristóvão, sendo assim, fundou o “Bloco Caretas “, que tinha como atração, homens vestidos de mulheres e mulheres vestidos de homens , mas todos usando máscaras, ela ainda conta que muitos brincantes por falta da mascara pintava seu próprio rosto com carvão, diante disto, o bloco dos Caretas também era chamado de “Bloco dos sujos”. Continua..
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ACÁCIA
(Acácia dos Santos)
Biografia em construção.
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MESTRE NECA
(Manuel Messias de Andrade)
Biografia em construção.
PS. Continua com outros mestres....
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Fontes de pesquisa:
- Textos de Tiago Fragata
- Aglaé Fontes de Alencar
- Jackson da Silva Lima
- Entrevistas aos mestres e brincantes realizadas e transcritas pelo historiador Adailton Andrade.











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