terça-feira, 28 de setembro de 2021

A CONFRARIA SANCRISTOVENSE DE HISTÓRIA E MEMÓRIA NAS LUPAS DO CEARENSE PAULO NEVES

A CONFRARIA SANCRISTOVENSE DE HISTÓRIA E MEMÓRIA, sendo matéria de capa do Jornal do Comércio do Ceará, um dos mais antigos e conceituados Jornais daquele Estado irmão. a Confraria, São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil e Estado de Sergipe agradecem ao Confrade e correspondente Paulo Neves. É validando a instituição que representa que se revela o verdadeiro Confrade correspondente.( Domingos Pascoal )

 
 

NASCE A CONFRARIA SANCRISTOVENSE DE HISTÓRIA E MEMÓRIA
Em 30 de julho de 2021, liderado pelo acadêmico, historiador e professor Adailton Andrade, foi instalada a Confraria Sancristovense, estruturada num formato de Associação Cultural com finalidades bem definidas, de melhor instrumentalizar o estudo, a pesquisa, a seleção, o tratamento e a socialização do secular acervo de história e memória, fonte insubstituível de saber, que foi a nós legado pelas gerações passadas.


A iniciativa não poderia ter surgido num melhor momento, justo agora no transcurso do quarto aniversário da Academia Sancristovense de Letras e Artes., quando passados 431 anos da fundação de São Cristóvão, se comemora 200 anos de emancipação política do Estado de Sergipe e os 314 anos da construção da Praça São Francisco, 11 anos de sua chancela como patrimônio cultural da humanidade pela Unesco.

“Nesse contexto, cheio de representatividade e simbolismo, nasceu, a Confraria Sancristovense de História e Memória. Ela será o Norte, a régua e o compasso para ir buscar estas informações que hoje estão dispersas, esquecidas nas bibliotecas, sepultadas nos porões dos arquivos mortos, das Igrejas e dos Museus, verdadeiros cemitérios de livros, documentos.”É mister buscar histórias e memórias, organizar e socializar este conhecimento às gerações presentes e futuras, diretamente nas escolas, terreno próprio e fértil para semear saber e conhecimento, revertendo a tendência de serem consumidas, aos poucos, pelos vermes do tempo e da nossa apatia com as nossas raízes.

 
A identidade da Confraria tem como base: o preto, o roxo e o vermelho. O preto, predominante nas vestes dos confrades, representa a seriedade e a pompa que identifica o membro da Ordem. O roxo ou púrpura da bandeira tem sua origem na história antiga. Era a cor usada pelos magistrados romanos, pelos governantes do Império Bizantino, do Sacro Império Romano e, mais tarde, usada pelos bispos da Igreja Católica. Para a Confraria, o roxo remete a uma tradição de devoção e fé, a cor usada pelo Senhor dos Passos e por Nossa Senhora das Dores. Para os confrades, no entanto, não representa o sofrimento, mas a alegria da persignarão. A cor vermelha estampada na fênix, ave símbolo do brasão da cidade de São Cristóvão e que, segundo a mitologia grega, quando morria, entrava em autocombustão e, passado algum tempo, ressurgia das próprias cinzas e se transformava numa ave de fogo, em São Cristóvão, representa a longevidade da cidade que soube transformasse e superar conjunturas.
 


O EVENTO O Presidente da Academia Sergipana de Letras, Dr. José Anderson Nascimento abriu a solenidade de instalação da Confraria São Cristovense de História e Memória e posse do presidente, Adailton dos Santos Andrade, eleito por aclamação. O evento foi organizado pelo Cerimonial do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe e contou com antológico discurso do acadêmico Domingos Pascoal de Melo na apresentação da Confraria. Com pompa e aplausos foram consagrados os 13 confrades fundadores : Adailton dos Santos Andrade, Luiz Carlos Freire França, José Mateus Santos Oliveira, Kaique Alex Santos de Andrade, Fábio André Santos da Silva, Maurício Barros Santos, José Valmir dos Passos, Alexnaldo dos Santos Neres, Diego Prado Souza dos Santos, Manoel Ferreira Santos Filho, Sayonara Rodrigues Viana, Dr. Carlos Pinna de Assis, Des. Edson Ulisses de Melo na presença de membros honorários, beneméritos e correspondentes, vindos de vários estados do Brasil.

 


Em seguida deu-se a entrada triunfal das bandeiras, conduzidas pelos Cavaleiros da Ordem DeMolay e a execução do Hino Nacional Brasileiro. Dom Celso Dias Neves, Grão Mestre da OTH – Ordem Templária Humanitária, consagrou como Grão Prior Adailton dos Santos Andrade como Presidente da Confraria para o biênio 2021/2022.

 


O confrade Luiz Carlos Freire França, vice-presidente da Confraria Sancristovense de História e Memória recebeu a comenda Tiradentes das mãos do senhor Paulo Neves Pereira da Confraria Cultural Cearense, representando a Confederação de Ciência, Letras e Artes do Brasil – Conclab por delegação do Presidente Alexander Comnène D’Orléans Bourbon.

 

 


OS CORRESPONDENTES Ceará, Paulo Roberto Neves Pereira e Joana Darc da Silva; Brasília, Celso Dias Neves; Paraíba, Miranez Matias Do Vale; Espírito Santo, Dr. José Rogerio Mendes Glória; Embaixadora Aline Kelly; São Paulo, Alexander Comnène D’Orléans Bourbon; Rio Grande do Sul, Katia Marcone.



MEMBROS HONORÁRIOS E BENEMÉRITOS Acadêmico Domingos Pascoal; Acadêmico Dr. José Anderson do Nascimento; Senhora Magna Barros; Senhora Paola Santana; João Luiz Silva Oliveira Neto (DeMolay) e José Victor Aragão (APJ); José Rogério Mendes Glória, presidente pro tempore da WPO; Embaixador Celso Dias Neves, membro do Parlamento Mundial de Segurança e Paz - Órgão Internacional criado na Eco 92 - RJ.


AGRADECIMENTOS Paola Santana, Presidente da Fundação João Bebe Água; Marcos Santana, Prefeito Municipal de São Cristóvão; Diego Prado Presidente da Câmara Municipal; Magna Barroso, diretora geral do Museu de Arte Sacra; Maria Rita e Vera Santos, ambas Presidente e Vice da Academia Sancristovense de Letras e Artes; Coronel Dílson Ferraz, diretor do Museu da Polícia; Rosangela dos Santos, Museu histórico; A irmandade DeMolay.


Sergipe Del Rey; Dyego Carlos Souza Anacleto de Araújo, Grão Mestre Estadual; Luis Felipe Morato; RR Conect; Maurício Barros; Equipe do Museu de Arte Sacra; Encerrada a solenidade, o cortejo dos confrades seguiu para o pavimento térreo do Museu de Arte Sacra, local em que os Confrades receberam os cumprimentos e recepcionaram os seus convidados com um coquetel.


HISTÓRIA A história de São Cristóvão remonta ao século XVI, precisamente ao ano de 1590, quando, por aqui, aportou o militar português Cristóvão de Barros, filho de Antônio Cardoso de Barros, aquele que foi devorado pelos índios caetés, num banquete canibal, assim como o bispo D. Pero Fernandes Sardinha, no dia 16 de junho de 1556, na foz do rio Coruripe, em Alagoas.
No século XVII, com a chegada dos padres jesuítas, começaram a ser instaladas as irmandades e as ordens nos moldes das organizações religiosas da Europa. Essas ordens e irmandades subordinavam-se institucional e espiritualmente a uma ordem religiosa e estavam sediadas em São Cristóvão, eram as veneráveis ordens terceiras e as irmandades: 1. Irmandade do Santíssimo Sacramento, 2. Irmandade dos Homens Pretos do Rosário, 3. Irmandade dos Homens Pardos do Amparo, 4. Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo e 5. Ordem Terceira de São Francisco de Assis.

 


Em 1590 São Cristóvão recebeu toda a orientação espanhola em sua construção e é o único exemplar desse período com esta arquitetura, pois em curso a União Ibérica de 1580 a 1640, uma união dinástica que juntava as duas coroas: Portugal e Espanha, sob o reinado de Felipe II, que passou a ser também rei de Portugal, até a restauração portuguesa em 1640 ao tempo de seus sucessores.


Esse período de 60 anos na história brasileira é denominado de Brasil Filipino, uma referência aos reis Felipe de Espanha e gerou consequências como a invasão holandesa, já que a Holanda (República dos 7 Países Baixos) travava sua luta de independência da Espanha desde 1568 perdurando por 80 anos, até 1648. A União Ibérica contrariou os interesses comerciais neerlandeses com o domínio dos portos da colônia portuguesa pelos espanhóis resultando na presença holandesa no Nordeste do Brasil por seis lustros, três décadas, desde 1624/1625 na Bahia e 1630/1654 em Pernambuco e região, finalizando com a entrega e saída do Siara em 1655. Os holandeses também conquistaram Sergipe quando expandiram seus domínios desde o Maranhão, englobando 9 capitanias. São Cristóvão será então entre 1636 e 1637 o ponto máximo da expansão da Nova Holanda e em verdade souberam preservar o patrimônio histórico além de edificar a Igreja Matriz de São Cristóvão.



A peculiaridade que temos em São Cristóvão, que é considerada a cidade mãe de Sergipe, é a beleza e plasticidade da sua arquitetura secular que se diferencia dos demais exemplares exclusivamente portugueses no Brasil, ao ponto de ser considerado o que se vê em São Cristóvão como o barroco nordestino. Em São Cristóvão, a Praça São Francisco ostenta o reconhecimento de Patrimônio Cultural da Humanidade. A cidade é muito rica em patrimônios dessa natureza. Um verdadeiro memorial a céu aberto.


INTEGRAÇÃO A integração cultural São Cristóvão e Fortaleza, Sergipe e Ceará, revela um dinamismo de seus movimentos culturais. A Confraria Cultural Cearense, à partir do Centro Cultural Cascatinha de Maranguape desde 1983, evoluiu na última década com sinergia da ação de sodalícios como a Almece – Academia de Letras Municipais do Ceará, A Acla Capistrano de Abreu – Academia de Ciências Letras e Artes de Columinjuba em Maranguape, A UBT - União Brasileira de Trovadores através da seccional Maranguape e da seccional Maracanaú, A Aljug – Academia de Letras Juvenal Galeno em Fortaleza; respectivamente liderados por Nicodemos Napoleão (sucedendo Lima Freitas), Pedro Abreu (sucedendo Elio de Abreu Braga), Moreira Lopes, Francisco Moura e Linda Lemos.
Potencializada pelos Conselheiros Eurípedes Junior do Instituto do Ceará, Grecianny Cordeiro da Academia Cearense de Letras e Socorro Cavalcanti da Alace – Academia de Letras e Artes do Ceará nossa confraria lidera e projeta uma atuação regional através do movimento de Correspondentes do Nordeste (gênese da Aneji) cuja ação pioneira foi a participação no magno evento de Sergipe na instalação da Confraria Sancristovense.
 
 
 


São Cristóvão resgatando 431 anos de história desde 1590 (a quarta cidade mais antiga do Brasil) e Fortaleza ainda buscando reafirmar a verdade histórica da estruturante presença holandesa no ciclo da prata (1649/1654), com a tradução e estudo de 32 novas cartas de Matias Beck. Confrarias eternizando culturas!!!
Editor Paulo Neves Pereira – Correspondente do Ceará



sábado, 28 de agosto de 2021

PRIMEIRA BIBLIOTECA PROVINCIAL NA CIDADE MÃE DE SERGIPE . (1848)

 

173 anos de criação da primeira biblioteca pública em Sergipe. (16 de junho de 1848)

 

 

Criada em 1848, inaugurada em 1851, instalada no convento de S. Francisco em S. Cristóvão (antiga capital) foi extinta em 1855, ao passar a sede do governo para Aracaju, restaurada em 1890, por Felisbelo Freire e reorganizada, em março de 1913, pelo presidente Sancristovense Siqueira Menezes.

 

São Cristóvão foi fundada em 1590, pelo capitão português Cristóvão de Barros, quando Portugal estava sob domínio do Rei Felipe II, da Espanha, durante a União Ibérica, quando Portugal e Espanha davam as ordens. Daí, a influência dos dois países na constituição urbana da cidade a quarta mais antiga do Brasil. Em 1855, São Cristóvão deixa de ser a capital de Sergipe. Mesmo perdendo o status   de capital, o tempo e a história   não consegue   apagar   esses registros e o reconhecimento de cidade mãe   de Sergipe, onde tudo começou.

 

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Além dos tradicionais festejos juninos, comemoramos   o aniversário da primeira Biblioteca Provincial de Sergipe, dia 16 de junho de 1848 o deputado Martinho   Garcez apresentou à Assembleia da Província um projeto de lei criando uma biblioteca na cidade mãe de Sergipe. Nesta mesma   data o Presidente da Província, Dr. Zacarias de Góis e Vasconcelos sancionou a lei número 233, em São Cristóvão, antiga capital, criando a Biblioteca Pública Provincial, o Artigo 01 da lei, já denominava como ela seria chamada, “Biblioteca Pública Provincial”, que constará de obras antigas e modernas em todos os ramos de conhecimentos humanos, escolhidas e das melhores edições. Com isso, São Cristóvão para a ser vista como a cidade das luzes,   das  letras, já era  tempo  , neste período  muitos  intelectuais   viviam   na cidade  e  produção  de  jornais  estava a todo  vapor inclusive já  editava jornais  em São Cristóvão para outros  lugares, O monsenhor Antônio Fernandes da Silveira, proprietário da tipografia Silveira, foi o responsável pela edição de muitos  jornais, como Diário do Conselho Geral da Província de Sergipe, em Estância, e o Noticiador Sergipense, em São Cristóvão Foi, também, editor do primeiro jornal da Província do Piauí, isso em  1834.

Neste cenário de erupção   intelectual, o lugar de implantação da Biblioteca, teve um parecer  do governo da  província  que se  instalasse   dentro do convento criou  o cargo de  Bibliotecário com uma condição  que só receberia o salário  cheio  quando a biblioteca  atingisse  mil volumes  em obras.

 

 

Neste tempo também  percebe-se   a criação  de  um “Arquivo”  destinados  para a  guarda  de  originais ou cópias de mapas e relações estatísticas; Para originais, ou cópias de quaisquer papéis do governo geral, ou provincial, cuja guarda no arquivo se julgar conveniente, e para  notícias de descobertas úteis de produtos da história natural, mineralógica e botânica, bem assim originais de memórias remetidas ao governo da província para serem oferecidas à biblioteca, e que disserem respeito à história dela e do Império, ao aumento e progresso da agricultura, comércio, navegação, indústria, ciências e artes. Assim, se percebe   que a criação da 1º biblioteca   pública e o primeiro órgão a ser denominado de “Arquivo foi em São Cristóvão cidade   mãe de Sergipe a 173 anos. 

 

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Um fato curioso na lei de criação no seu artigo 8 que o presidente da Província autorizava a conceder gratificações, se as pedirem, aos escrivães, ou a outras pessoas, que lhe apresentaram cópias autênticas de sesmarias, de escrituras, ou papéis que contenham fatos importantes para a história da Província. Assim começava a nascer o acervo da Arquivo da província.

Essa Lei não foi logo executada. Somente na Presidência de Amâncio João Pereira de Andrade que lhe deu execução, a 2 de Julho de 1851, quando a Biblioteca é acomodada num compartimento do Convento de São Francisco, em São Cristóvão, sendo nomeado para o cargo de bibliotecário o padre e político, José Gonçalves Barroso, com a mudança da capital em março de 1855, a Biblioteca Pública Provincial teve vida curta, desaparecendo em março de 1855, com a mudança da capital. Sergipe ficou sem biblioteca pública, durante todo o resto do período monárquico e por falta de casa, o acervo da Biblioteca ficou a cargo de um zelador, Benjamin do Prado Leite Salgado criado pela resolução provincial nº 424 de 3 de maio de 1855, que estabelecia a gratificação para o zelador, ficando este sujeito ao regulamento que fosse baixado pela presidência para o bom funcionamento da Biblioteca. Benjamin do Prado era pai do farmacêutico Joaquim do Prado Sampaio e avô do ilustre escritor sergipano Prado Sampaio.

Em são Cristóvão, celeiro de intelectuais, essa atenção a biblioteca, é retomada um pouco tardia, em 1959 na gestão do prefeito Elísio Carmelo, foi criado um projeto de lei de nº278 de 28 de fevereiro de 1959 criando assim a 1ª Biblioteca em São Cristóvão na República. Dando-lhe a denominação de Biblioteca Pública Municipal “Desembargador Rodrigues Nou.

 

José Rodrigues Nou - (01.10.56 a 31.08.60) 

 

Por meio de portaria, o prefeito Elysio Carmelo, Resolve designar os funcionários do quadro do pessoal fixo desta prefeitura, Maria César Santos e Antônio Dantas, respectivamente, para, tão logo seja instalada a “Biblioteca “como função de bibliotecária/atendente e servente/porteiro.

 

Em 1999 na gestão   do prefeito Armando batalha, houve   uma tentativa de se criar   mais outra biblioteca denominada de Biblioteca Pública José Batalha de Góis, a mesma   que seria   inaugurada no SESI, na mesma cidade. Em 1986 a biblioteca   recebe doação de livros   do   senador Lourival Batista possibilitando a ampliação do acervo, como também uma revitalização modéstia com alguns mobiliários. Em 2011, na gestão do prefeito Alex Rocha, fizeram algumas  melhorias   na mesma, chamando de ampliação e revitalização da mesma.   

 


Continua ... 

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Fonte de Pesquisa:

 Arquivo Municipal de São Cristóvão/Fundo: Livro de Leis e Decretos.

A Biblioteca Provincial/Gil Francisco /Edise