segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

EXPOSIÇÃO INÉDITA " O SONHO DE JOÃO BEBE ÁGUA"


Com uma vida ativa “João Bebe Água” chegou a ocupar o cargo de presidente da Câmara de Vereadores de São Cristóvão.


    
    

Numa imersiva história e pesquisa sobre o cidadão sancristovense, João Nepomuceno Borges que sonhou com o retorno da primeira capital de Sergipe para São Cristóvão, é que o historiador sergipano, Adailton Andrade e o historiador Wanderley Menezes assinaram a exposição “O Sonho de João Bebe Água”, em homenagem ao popular “João Bebe Água”, que viveu na primeira capital sergipana.

  

A exposição ficou em cartaz durante três dias no 38º FASC - Festival de Artes de São Cristóvão, no prédio do IPHHAN, de 01 a 03 de dezembro, mas devido o sucesso de público a mostra cultural e educacional prosseguirá até o dia 22 de dezembro, aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 08h às 17h.


Destacamos  a equipe  do Arquivo Municipal  que tive  um papel importante  no monitoramento guiado, planejamento  e montagem da Exposição. 
  

“João Bebe Água é um ilustre sergipano sobre o qual a historiografia precisa se debruçar, aprofundando o conhecimento sobre sua vida e sua atuação como um defensor da sua cidade e da sua gente”, ressalta Adailton, historiador e diretor do Arquivo Municipal de São Cristóvão.


Muito importante contar  com a colaboração  do Arquivo Público Estadual de Sergipe (APES), e da Biblioteca Púbçica  Epifanio Dória( BPED)   sendfo representadas por suas  diretoras .
  

Conforme explica o historiador Adailton, a exposição remonta ao “Sonho de João Bebe Água”, de que a sua cidade, São Cristóvão, voltasse a ser a capital da província de Sergipe. O objetivo é mostrar, através de decretos de Leis em solenidades marcantes da história sergipana, que esse sonho se realizou, com caráter simbólico e cultural, em festividades alusivas à Emancipação Política de Sergipe, nas comemorações dos 400 anos de fundação da cidade mãe de Sergipe, na solenidade do Festival de Artes de São Cristóvão (FASC), como também na chancela da Praça São Francisco, Patrimônio da Humanidade.

   

Para Adailton, os documentos expostos na exposição integram os acervos do Arquivo Público do Estado de Sergipe (APES), do Arquivo Municipal de São Cristóvão (APMSC), do Arquivo das Ordens religiosas sobre a tutela da Confraria Sancristovense (CONSAHM) e do Arquivo do Tribunal de Justiça de Sergipe (AGJSE) e do Memorial do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE).



   

“Durante o FASC, evento esse que, simbolicamente, designa a cidade de São Cristóvão como a capital sergipana da cultura, a Prefeitura Municipal de São Cristóvão, através do Arquivo Municipal, reúne documentos que contextualizam e fazem uma justiça à história do legado de João Bebe Água, que tinha como sonho ver a sua cidade ser a capital novamente”, explica o historiador”, disse.


 


Deputado Paulo Junior, a   escritora Vera Lucia, dr. Daniel Presidente da OAB/SE e dr. Diego  da Procuradoria Municipal.

Quem foi João Bebe Água?

João Nepomuceno Borges (João Bebe Água) nasceu em São Cristóvão, no ano de 1822. Ao longo de sua trajetória de vida, exerceu cargos públicos e adquiriu influência na cidade de São Cristóvão. Ele não foi só um homem que vendia e bebia cachaça (o que a história rotulou durante estes tempos sem documentos comprobatórios), ao contrário, teve uma vida pública ativa chegando a ocupar o cargo de Presidente da Câmara dos Vereadores de São Cristóvão, época em que foi presidente de uma irmandade, ocupando o cargo de chefe alfandegário em Laranjeiras e Santo Amaro das Brotas. Aprendeu a ler e a escrever, contudo não se sabe onde e/ou com quem estudou. De acordo com as pesquisas do historiador Thiago Fragata (2007), João Bebe Água foi indicado para o cargo de escrivão interino da alfândega e mesa de rendas, em março de 1836 (ano da Revolta de Santo Amaro). Em 1837, foi nomeado como amanuense interino, sendo demitido no mesmo ano. Segundo o historiador Sebrão Sobrinho (2005), em 1837, recebeu um convite para ocupar mais um cargo, o de patrão-mor da mesa de rendas da Barra dos Coqueiros, antes conhecida como Barra da Cidade. 

“Que a exposição possa contribuir para o despertar de uma consciência de valorização de João Bebe Água, que vive na memória do povo de Sergipe e nas lembranças do povo sancristovense, através de um sonho que se realiza anualmente no Festival de Artes de São Cristóvão, o nosso querido FASC”, conclui.


A jornalista Cláudia Meireles  e seu esposo Samuel  marcando presença  da Exposição, Claudia  coletando   assunto  para  materias  publicadas  sobre   a Exposição .
   


Por Cláudia Meireles – Jornalista DRT 650-SE

domingo, 29 de outubro de 2023

RECONSTRUÇÃO DA CASA QUE NASCEU CAPISTRANO DE ABREU

 

A CONFRARIA PRESENTE  NESTE DIA HISTfONTEÓRICO  PARA A CULTURA BRASILEIRA 

Fonte:     https://jcce.com.br/casa-onde-nasceu-capistrano-de-abreu-e-reconstruida-e-solenidade-e-marcada-em-evento-historico-em-maranguape/




A Confraria Sancristovense de História e Memória (CONSAHM) — que se dispõe em um formato de associação cultural com as prerrogativas de um grupo de estudos e pesquisas com a finalidade de socializar, propagar suas pesquisas, registrar as memórias dos mais velhos e as lembranças e acontecimentos que marcaram o cotidiano da gente sancristovense — surge com uma proposta de salvaguardar e resgatar a história e memória do povo sergipano. Outra prerrogativa da Confraria é prestar apoio e orientação às manifestações culturais de caráter nacional, o que consistirá principalmente em divulgar a cultura brasileira e promover o incentivo às letras e artes.


Dentro do grande evento, realizado no último domingo (22), foi apresentado à sociedade cearense a casa onde nasceu o historiador Capistrano de Abreu. Em parceria ao evento a Confraria escalou seus membros (e futuros membros) a se envolverem nas atividades da inauguração da casa.




Sendo assim, a Editora COLOSSO desempenhou um papel importante quanto a excelente programação visual do evento, dando suporte gráfico na confecção dos certificados, adesivos e demais designs, impressos ou não, para permanência e inauguração do evento — criação e arte final da fachada de entrada de acesso à casa, na arte final do púlpito do cerimonial e o totem personalizado em tamanho real do historiador em questão, por exemplo.



Também reconhecemos o desempenho incansável de Francisco Moura, Valter Veloso e Valmira Bandeira, sem esquecer os esforços dos membros da Confraria de outros estados que se fizeram presentes: o “Betinho” de Saubara, da Bahia; a membro da Academia Cearense de Letras e dra. Grecianny Cordeiro, do Ceará; dra. Danildes Teixeira, advogada atuante no estado de São Paulo; os confrades da Academia de Areia Branca (SE); Adilma Rainha, Vânia Angélica, Joseane Dyjosa e, comendador e presidente da Confraria Sancristovense, Adailton Andrade.




Finalmente, nossa gratidão ao saudoso confrade Paulo Neves Pereira (um dos idealizadores da Confraria). Graças a ele foi criado o primeiro núcleo da instituição fora de Sergipe, na cidade de Maranguape (CE). Certamente não só Maranguape, mas todo o estado do Ceará abre os braços para receber essa arcádia de pesquisa histórica, tendo como finalidade fortalecer os vultos históricos da história do Brasil.





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sexta-feira, 15 de setembro de 2023

CAVALEIRO DA ORDEM DE CRISTO DESCANSA EM PAZ EM SÃO CRISTÓVÃO/SE

 


HENRIQUE   LUÍS  DE ARAÚJO MACIEL  

Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo 

 

Lápide do Capitão-Mor Henrique Luís de Araújo Maciel. Foto: Adailton Andrade.

  

Henrique Luís de Araújo Maciel, nasceu em 24 de junho de 1760, filho de Maurício Barbosa de Araújo e Maria do Prado Pimentel, casou-se pela primeira vez com Francisca, filha do próspero sargento-mor Domingos Dias Coelho e Melo. Ouvidor interino da Comarca da Capitania de Sergipe D’el Rey, esteve como membro do Conselho de Governo, órgão que precedeu à Assembleia Legislativa, chegando até a exercer o cargo de presidente do referido colegiado. Por esse tempo, Henrique Luiz de Araújo Maciel e Antônio Luiz de Araújo Maciel requereram ao Imperador D. Pedro I o direito de serem condecorados com a Mercê de Oficial da Ordem Imperial do Cruzeiro ou da Comenda da Ordem de Cristo. Henrique Luiz de Araújo Maciel, entre 1825 a 1828, esteve como membro do Conselho de Governo, órgão que precedeu à Assembleia Legislativa, chegando até a exercer o cargo de presidente do referido colegiado.      

 

Descendente de português e membro de uma família da elite colonial, cônscia de suas origens e de seu status, Henrique Luís de Araújo Maciel, como indicam os documentos, manifestava reverência e fidelidade ao Rei, estando integrado às forças dominante. (Quando ocorreu a Revolução de 1817 em Pernambuco, a capitania de Sergipe Del Rey enviou um contingente de 700 homens, divididos em três forças, com o fim de ajudar a debelar o movimento de tendência republicana: “100 da Cavalaria miliciana de Sergipe, 500 das milícias de Santo Amaro e 100 homens da cavalaria miliciana de Santo Amaro”.13 São informações importantes diante da carência de estudos específicos sobre a participação dos sergipanos na Revolução de 1817.



Por esse tempo, Henrique Luiz de Araújo Maciel e Antônio Luiz de Araújo Maciel requereram ao Imperador D. Pedro I o direito de serem condecorados com a Mercê de Oficial da Ordem Imperial do Cruzeiro ou da Comenda da Ordem de Cristo. Mas o presidente Manoel Fernandes da Silveira, ao ser consultado, manifestou-se contra. Sobre o primeiro, considerou sua pretensão sem fundamento. Teria “conduta não abonada, sem título legítimo, e que fora promovido sem que o capitão-mor efetivo estivesse completamente inábil”.30 Quanto a Antônio Luiz de Araújo Maciel, disse que a “pretensão do suplicante não” [era] “apadrinhada por Lei” e “seu merecimento patriótico não” [era] “ilibado na opinião pública. 



   

Incorporado a esse clã, Henrique Luiz de Araújo Maciel cedo participou de intervenções truculentas do grupo familiar. Em 1796, integrou a ação armada promovida pelo seu sogro, o sargento-mor Domingos Dias Coelho e Melo, no sentido de forçar o seu vizinho Timóteo Fagundes Souto Maior a se retirar de suas terras para outras mais distantes. Como Ouvidor da Comarca de Sergipe interino em 1804/5, Henrique Luiz de Araújo Maciel denunciou à Rainha o famoso criminoso Bento José de Oliveira, resultando na prisão deste cidadão, fato que o projetou como homem destemido e forte. Além de contar com o apoio de importantes senhores rurais, Henrique Luiz vivia no Engenho Desterro, que era considerado um verdadeiro quartel.

Tempos depois, em 1822, Capitão-Mor Henrique Luís faleceu e foi velado com todas as honras, tendo sido enterrado diante do altar da Capela-Mor da Ordem Terceira de São Francisco em São Cristóvão/SE, hoje Museu de Arte Sacra, diante do arco do Cruzeiro entre os altares de Nossa senhora Conceição e Nossa Senhora do Amparo. Foi capitão-mor na Capitania de Sergipe D’el Rei, homem influente no cenário político da epoca.Viveu 62 anos deixando um legado na história política de Sergipe pouco estudado.


A memória do capitão Henrique Luis encontrou seu último refúgio em um espaço para o qual os holofotes das políticas públicas de preservação dos bens culturais têm se voltado, principalmente após a inscrição da Praça São Francisco na Lista do Patrimônio Mundial pela UNESCO, em 2010 , e o Museu de Arte Sacra  bem cuidado  sempre preservando  e divulgado  fatos  curiosos  ainda pouco  estudado, fazendo com quer  chame  atenção  esse  fato seja mais  um  objeto de  curiosidade de visitação. O que chama atenção do turista, visitante são as discrições na lápide, cavaleiro confesso da Ordem de Cristo.


A Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, herdeira direta dos templários absolvidos de suas acusações em Portugal, foi fundada no ano de 1319. Élize Louis de Montagnac esclarece que “os Templários Portugueses e os Templários Espanhóis, reconhecidos como inocentes, foram absolvidos pelo bispo de Lisboa e pelos Concílios de Tarragona e de Salamanca”.

É conhecido pelos estudiosos que a Ordem de Cristo nasceu com a Ordem de Montésa a partir da extinção de Poderosa Ordem do Templo e que preservou finalidade idêntica a sua predecessora, pois uma vez extinta a Ordem dos Templários, houve a necessidade de realocar os bens deixados por ela em Portugal e também continuar suas obras. A Ordem foi sediada na Vila de Tomar e adotou como símbolo a Cruz de Cristo, que segundo Antônio Luiz M. C. Costa seria “uma versão modificada da Cruz Templária”. Assim explica o referido: “Dentro da cruz pátea vermelha (modificada como cruz potenteia, terminada em barras) foi inserida uma cruz branca, que se diz representar a inocência dos Templários, seus antecessores”.

   

Segundo os estudos de Dom Evandro Monteiro de Barros Jr, O primeiro foi o Infante D. Henrique, que utilizou a riqueza da Ordem para financiar as primeiras expedições marítimas lusitanas. A influência da Ordem de Cristo era tamanha por causa dos descobrimentos lusitanos no ultramar que ela foi incorporada aos símbolos nacionais em Portugal. Em Portugal havia peculiaridades interessantes aos que desejassem adentrar a Ordem, apresentadas por Luiz da Silva Pereira Oliveira que escreve : Os aspirantes a esta illustre Cavalleria, tanto que obtiverem a Mercê do Habito, devem fazer petição á Meza da Consciencia, e Ordens, declarando nella o seu nome, idade, estado, filiação, naturalidade, e domicilio, bem como o de seus Pais e quatro Avós, e feito o deposito competente, logo se expede Ordem em segredo a hum Cavalleiro, para perguntar ao menos seis testemunhas de probidade, que não sejão suggeridas pelo Habilitando, nem por seus criados, ou parentes dentro do terceiro gráo, e por ellas deve constar, que o Aspirante he maior de dezoito annos, e menor de cincoenta, que não tem aleijão, nem queixa crônica, que o impida de servir a Ordem: que por si, seus Pais, e Avós é pessoa Nobre, sem nota de mecânica; que nenhum deles fora penitenciado pelo Santo Officio, nem commetera crime de leza Magestade Divina, ou humana, e que sua mulher (sendo casado) he contente dele entrar nesta Religião. Essas peculiaridades eram comuns a quase toda "Gran Maestranza de Caballería”. Assim, o procedimento de investigação e os requisitos de ser "nobre de quatro costados", bem como contar com aprovação conjugal, ainda existe em algumas ordens reais espanholas, francesas e germânicas (por influência bourbônica). Ainda escreve em sua pesquisa Dom Evandro Monteiro de Barros Jr, que em 1551 foi estabelecido por bula de S.S. Papa Júlio III, Grão-mestrado único para as Ordens de Nosso Senhor Jesus Cristo e mais outras duas ordens também herdeiras legítimas dos templários: a Ordem de São Bento de Aviz e a Ordem de Santiago da Espada. A referida bula fez do Rei Dom João III grão-mestre dessas três ordens, como leciona João Pedro de Saboia Bandeira de Mello Filho, em parecer ainda no prelo.


Muitos Titulares do Império do Brasil foram membros da Ordem de Cristo como, por exemplo, João Gomes de Melo, o Barão de Maruim , Antônio Dias Coelho de Melo, com Grandeza), este Comendador e aquele, Cavaleiro Professo da Ordem.Em momento oportuno discorrerei sobre os aspectos mais importantes da Ordem de Cristo atualmente no Brasil em artigo próprio a respeito do Grão-mestrado brasileiro desta e de outras Ordens de Cavalaria, pessoas jurídicas de Direito Canônico. Já pesquisado nos relatos dos historiadores sergipano sobre assuntos ligadas as Ordens religiosas, encontramos alguns , o próprio Felisbelo Freire se refere ao nobre cavaleiro Henrique Luis, dando pouca atenção aos serviços que o capitão-mor prestou à sociedade e carregando nas tintas para enfatizar suas contradições no campo político.



Maria Thetis Nunes editou um ofício dirigido pelo “Capitão-mor do Terço das Ordenanças da cidade de São Cristóvão e dono dos Engenhos Desterro e São José, Henrique Luis de Araújo Maciel”, ao “comandante das Armas da Província de Sergipe”, Manuel da Silva Daltro. O documento, localizado pela historiadora no Arquivo Nacional, é revelador da mentalidade de Henrique Luís, um monarquista convicto, temeroso da influência que o secretário Antônio Pereira Rebouças (1798-1880), identificado como republicano e abolicionista, exercia sobre o presidente da província Manuel Fernandes da Silveira (1757-1829). Além disso, demonstrou ser um homem cônscio de sua fidalguia e do lugar de destaque que, por direito, cabia aos aristocratas. Quanto ao segundo engenho mencionado por Nunes, trata-se, certamente, do Engenho São José da Lombada, em Santo Amaro das Brotas. O já citado “Livro de Matrícula dos Engenhos da Capitania da Bahia...”, em suas notas 119 e 243, faz menção ao Lombada, que em princípios do século XIX pertencia a Henrique Luís de Araújo Maciel e, cerca de dez anos depois, já pertencia a Maria Rosa de Araújo e Mello. Infelizmente, não localizei dados que possam confirmar o parentesco entre esses dois proprietários. Continua .....




CONFRARIA SANCRISTOVENSE DE HISTÓRIA E MEMÓRIA

 

 

 


 

 

A Confraria Sancristovense de História e Memória, (CONSAHM) surge com uma proposta de salvaguardar, a história e a memória da cidade mãe Sergipe, a mesma se identifica em seu regimento como uma Associação Pública de Fiéis, pesquisadores guardiões da história e da memória do lugar que visa o estudo da história de ordens religiosas católicas que atuaram desde o Século XVI na cidade de São Cristóvão, Sergipe.

 


 

As confrarias constituíram os pilares do ensinamento catequético, logo com a chegada dos colonizadores portugueses em terras sergipanas, com isso, essas ordens religiosas deixaram, um legado registrado em documentos que nos permite nos dias de hoje entender as relações dessas ordens religiosas com a comunidade local da capitania de Sergipe Del Rey. O que sabemos é que no século XVII começaram a ser instaladas as irmandades com a chegada dos padres jesuítas, isso nos moldes das organizações religiosas na Europa e nas Américas Portuguesas. A partir do século XVIII, na América portuguesa, as irmandades passaram a ser reguladas pelas Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, resultado do sínodo diocesano. As ordens terceiras eram subordinadas institucional e espiritualmente a uma ordem religiosa. Em Sergipe, estavam sediadas em São Cristóvão.

 


 

Eram as Veneráveis Ordens Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo e Terceira de São Francisco de Assis, irmandade do Santíssimo Sacramento, Venerável Ordem terceira de São Francisco de Assis, Irmandade dos Homens Pretos do Rosário, Irmandade dos homens Pardos do Amparo e tantas outras. Essas irmandades edificaram igrejas próprias, todas elas, desenvolviam um papel importante na sociedade Sancristovense, como também o zelo pelo papel espiritual, isto é, conceder ao confrade membro o hábito da irmandade, o acompanhamento e o sepultamento, enfim, a “boa morte e salvação das almas”.  Com tudo, nasce em São Cristóvão uma Confraria com o objetivo de estudar, pesquisar essas relações entre as confrarias e sociedade local, tendo como seu principal papel a preservação da memória, o estudo, e da pesquisa histórica.

Outra prerrogativa da Confraria é prestar apoio e orientação as manifestações culturais de caráter local, o que consistirá principalmente em divulgar a cultura local. Promover o incentivo as letras e as artes. Esses feitos tem por finalidade também conscientizar e despertar o sentimento de pertencimento aos munícipes   da cidade Mãe de Sergipe, fazer com que eles conheçam sua história e passe a amá-la, porque só amamos o que conhecemos, cidade rica em história   e acontecimentos importantes do período colonial e provincial no Sergipe Del Rey que  hoje  está sendo  compreendida, estudada  e dando voz a aqueles  sujeitos  que  ficaram invisíveis, anônimos  da nossa  história, esse é o papel da Confraria dialogar  com os documentos deixados  por essas ordens  e entender as  relações  entre elas  e a sociedade local.   .

 

Adailton Andrade

Historiador presidente da Confraria Sancristovense.