sábado, 28 de agosto de 2021

PRIMEIRA BIBLIOTECA PROVINCIAL NA CIDADE MÃE DE SERGIPE . (1848)

 

173 anos de criação da primeira biblioteca pública em Sergipe. (16 de junho de 1848)

 

 

Criada em 1848, inaugurada em 1851, instalada no convento de S. Francisco em S. Cristóvão (antiga capital) foi extinta em 1855, ao passar a sede do governo para Aracaju, restaurada em 1890, por Felisbelo Freire e reorganizada, em março de 1913, pelo presidente Sancristovense Siqueira Menezes.

 

São Cristóvão foi fundada em 1590, pelo capitão português Cristóvão de Barros, quando Portugal estava sob domínio do Rei Felipe II, da Espanha, durante a União Ibérica, quando Portugal e Espanha davam as ordens. Daí, a influência dos dois países na constituição urbana da cidade a quarta mais antiga do Brasil. Em 1855, São Cristóvão deixa de ser a capital de Sergipe. Mesmo perdendo o status   de capital, o tempo e a história   não consegue   apagar   esses registros e o reconhecimento de cidade mãe   de Sergipe, onde tudo começou.

 

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Além dos tradicionais festejos juninos, comemoramos   o aniversário da primeira Biblioteca Provincial de Sergipe, dia 16 de junho de 1848 o deputado Martinho   Garcez apresentou à Assembleia da Província um projeto de lei criando uma biblioteca na cidade mãe de Sergipe. Nesta mesma   data o Presidente da Província, Dr. Zacarias de Góis e Vasconcelos sancionou a lei número 233, em São Cristóvão, antiga capital, criando a Biblioteca Pública Provincial, o Artigo 01 da lei, já denominava como ela seria chamada, “Biblioteca Pública Provincial”, que constará de obras antigas e modernas em todos os ramos de conhecimentos humanos, escolhidas e das melhores edições. Com isso, São Cristóvão para a ser vista como a cidade das luzes,   das  letras, já era  tempo  , neste período  muitos  intelectuais   viviam   na cidade  e  produção  de  jornais  estava a todo  vapor inclusive já  editava jornais  em São Cristóvão para outros  lugares, O monsenhor Antônio Fernandes da Silveira, proprietário da tipografia Silveira, foi o responsável pela edição de muitos  jornais, como Diário do Conselho Geral da Província de Sergipe, em Estância, e o Noticiador Sergipense, em São Cristóvão Foi, também, editor do primeiro jornal da Província do Piauí, isso em  1834.

Neste cenário de erupção   intelectual, o lugar de implantação da Biblioteca, teve um parecer  do governo da  província  que se  instalasse   dentro do convento criou  o cargo de  Bibliotecário com uma condição  que só receberia o salário  cheio  quando a biblioteca  atingisse  mil volumes  em obras.

 

 

Neste tempo também  percebe-se   a criação  de  um “Arquivo”  destinados  para a  guarda  de  originais ou cópias de mapas e relações estatísticas; Para originais, ou cópias de quaisquer papéis do governo geral, ou provincial, cuja guarda no arquivo se julgar conveniente, e para  notícias de descobertas úteis de produtos da história natural, mineralógica e botânica, bem assim originais de memórias remetidas ao governo da província para serem oferecidas à biblioteca, e que disserem respeito à história dela e do Império, ao aumento e progresso da agricultura, comércio, navegação, indústria, ciências e artes. Assim, se percebe   que a criação da 1º biblioteca   pública e o primeiro órgão a ser denominado de “Arquivo foi em São Cristóvão cidade   mãe de Sergipe a 173 anos. 

 

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Um fato curioso na lei de criação no seu artigo 8 que o presidente da Província autorizava a conceder gratificações, se as pedirem, aos escrivães, ou a outras pessoas, que lhe apresentaram cópias autênticas de sesmarias, de escrituras, ou papéis que contenham fatos importantes para a história da Província. Assim começava a nascer o acervo da Arquivo da província.

Essa Lei não foi logo executada. Somente na Presidência de Amâncio João Pereira de Andrade que lhe deu execução, a 2 de Julho de 1851, quando a Biblioteca é acomodada num compartimento do Convento de São Francisco, em São Cristóvão, sendo nomeado para o cargo de bibliotecário o padre e político, José Gonçalves Barroso, com a mudança da capital em março de 1855, a Biblioteca Pública Provincial teve vida curta, desaparecendo em março de 1855, com a mudança da capital. Sergipe ficou sem biblioteca pública, durante todo o resto do período monárquico e por falta de casa, o acervo da Biblioteca ficou a cargo de um zelador, Benjamin do Prado Leite Salgado criado pela resolução provincial nº 424 de 3 de maio de 1855, que estabelecia a gratificação para o zelador, ficando este sujeito ao regulamento que fosse baixado pela presidência para o bom funcionamento da Biblioteca. Benjamin do Prado era pai do farmacêutico Joaquim do Prado Sampaio e avô do ilustre escritor sergipano Prado Sampaio.

Em são Cristóvão, celeiro de intelectuais, essa atenção a biblioteca, é retomada um pouco tardia, em 1959 na gestão do prefeito Elísio Carmelo, foi criado um projeto de lei de nº278 de 28 de fevereiro de 1959 criando assim a 1ª Biblioteca em São Cristóvão na República. Dando-lhe a denominação de Biblioteca Pública Municipal “Desembargador Rodrigues Nou.

 

José Rodrigues Nou - (01.10.56 a 31.08.60) 

 

Por meio de portaria, o prefeito Elysio Carmelo, Resolve designar os funcionários do quadro do pessoal fixo desta prefeitura, Maria César Santos e Antônio Dantas, respectivamente, para, tão logo seja instalada a “Biblioteca “como função de bibliotecária/atendente e servente/porteiro.

 

Em 1999 na gestão   do prefeito Armando batalha, houve   uma tentativa de se criar   mais outra biblioteca denominada de Biblioteca Pública José Batalha de Góis, a mesma   que seria   inaugurada no SESI, na mesma cidade. Em 1986 a biblioteca   recebe doação de livros   do   senador Lourival Batista possibilitando a ampliação do acervo, como também uma revitalização modéstia com alguns mobiliários. Em 2011, na gestão do prefeito Alex Rocha, fizeram algumas  melhorias   na mesma, chamando de ampliação e revitalização da mesma.   

 


Continua ... 

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Fonte de Pesquisa:

 Arquivo Municipal de São Cristóvão/Fundo: Livro de Leis e Decretos.

A Biblioteca Provincial/Gil Francisco /Edise