173 anos de criação da primeira biblioteca pública em Sergipe. (16 de junho de 1848)
Criada em 1848, inaugurada em 1851, instalada no convento de S. Francisco em S. Cristóvão (antiga capital) foi extinta em 1855, ao passar a sede do governo para Aracaju, restaurada em 1890, por Felisbelo Freire e reorganizada, em março de 1913, pelo presidente Sancristovense Siqueira Menezes.
São Cristóvão foi fundada em 1590, pelo capitão português Cristóvão de Barros, quando Portugal estava sob domínio do Rei Felipe II, da Espanha, durante a União Ibérica, quando Portugal e Espanha davam as ordens. Daí, a influência dos dois países na constituição urbana da cidade a quarta mais antiga do Brasil. Em 1855, São Cristóvão deixa de ser a capital de Sergipe. Mesmo perdendo o status de capital, o tempo e a história não consegue apagar esses registros e o reconhecimento de cidade mãe de Sergipe, onde tudo começou.
Além dos tradicionais festejos juninos, comemoramos o aniversário da primeira Biblioteca Provincial de Sergipe, dia 16 de junho de 1848 o deputado Martinho Garcez apresentou à Assembleia da Província um projeto de lei criando uma biblioteca na cidade mãe de Sergipe. Nesta mesma data o Presidente da Província, Dr. Zacarias de Góis e Vasconcelos sancionou a lei número 233, em São Cristóvão, antiga capital, criando a Biblioteca Pública Provincial, o Artigo 01 da lei, já denominava como ela seria chamada, “Biblioteca Pública Provincial”, que constará de obras antigas e modernas em todos os ramos de conhecimentos humanos, escolhidas e das melhores edições. Com isso, São Cristóvão para a ser vista como a cidade das luzes, das letras, já era tempo , neste período muitos intelectuais viviam na cidade e produção de jornais estava a todo vapor inclusive já editava jornais em São Cristóvão para outros lugares, O monsenhor Antônio Fernandes da Silveira, proprietário da tipografia Silveira, foi o responsável pela edição de muitos jornais, como Diário do Conselho Geral da Província de Sergipe, em Estância, e o Noticiador Sergipense, em São Cristóvão Foi, também, editor do primeiro jornal da Província do Piauí, isso em 1834.
Neste cenário de erupção intelectual, o lugar de implantação da Biblioteca, teve um parecer do governo da província que se instalasse dentro do convento criou o cargo de Bibliotecário com uma condição que só receberia o salário cheio quando a biblioteca atingisse mil volumes em obras.
Neste tempo também percebe-se a criação de um “Arquivo” destinados para a guarda de originais ou cópias de mapas e relações estatísticas; Para originais, ou cópias de quaisquer papéis do governo geral, ou provincial, cuja guarda no arquivo se julgar conveniente, e para notícias de descobertas úteis de produtos da história natural, mineralógica e botânica, bem assim originais de memórias remetidas ao governo da província para serem oferecidas à biblioteca, e que disserem respeito à história dela e do Império, ao aumento e progresso da agricultura, comércio, navegação, indústria, ciências e artes. Assim, se percebe que a criação da 1º biblioteca pública e o primeiro órgão a ser denominado de “Arquivo foi em São Cristóvão cidade mãe de Sergipe a 173 anos.
Um fato curioso na lei de criação no seu artigo 8 que o presidente da Província autorizava a conceder gratificações, se as pedirem, aos escrivães, ou a outras pessoas, que lhe apresentaram cópias autênticas de sesmarias, de escrituras, ou papéis que contenham fatos importantes para a história da Província. Assim começava a nascer o acervo da Arquivo da província.
Essa Lei não foi logo executada. Somente na Presidência de Amâncio João Pereira de Andrade que lhe deu execução, a 2 de Julho de 1851, quando a Biblioteca é acomodada num compartimento do Convento de São Francisco, em São Cristóvão, sendo nomeado para o cargo de bibliotecário o padre e político, José Gonçalves Barroso, com a mudança da capital em março de 1855, a Biblioteca Pública Provincial teve vida curta, desaparecendo em março de 1855, com a mudança da capital. Sergipe ficou sem biblioteca pública, durante todo o resto do período monárquico e por falta de casa, o acervo da Biblioteca ficou a cargo de um zelador, Benjamin do Prado Leite Salgado criado pela resolução provincial nº 424 de 3 de maio de 1855, que estabelecia a gratificação para o zelador, ficando este sujeito ao regulamento que fosse baixado pela presidência para o bom funcionamento da Biblioteca. Benjamin do Prado era pai do farmacêutico Joaquim do Prado Sampaio e avô do ilustre escritor sergipano Prado Sampaio.
Em são Cristóvão, celeiro de intelectuais, essa atenção a biblioteca, é retomada um pouco tardia, em 1959 na gestão do prefeito Elísio Carmelo, foi criado um projeto de lei de nº278 de 28 de fevereiro de 1959 criando assim a 1ª Biblioteca em São Cristóvão na República. Dando-lhe a denominação de Biblioteca Pública Municipal “Desembargador Rodrigues Nou.
José Rodrigues Nou - (01.10.56 a 31.08.60)
Por meio de portaria, o prefeito Elysio Carmelo, Resolve designar os funcionários do quadro do pessoal fixo desta prefeitura, Maria César Santos e Antônio Dantas, respectivamente, para, tão logo seja instalada a “Biblioteca “como função de bibliotecária/atendente e servente/porteiro.
Em 1999 na gestão do prefeito Armando batalha, houve uma tentativa de se criar mais outra biblioteca denominada de Biblioteca Pública José Batalha de Góis, a mesma que seria inaugurada no SESI, na mesma cidade. Em 1986 a biblioteca recebe doação de livros do senador Lourival Batista possibilitando a ampliação do acervo, como também uma revitalização modéstia com alguns mobiliários. Em 2011, na gestão do prefeito Alex Rocha, fizeram algumas melhorias na mesma, chamando de ampliação e revitalização da mesma.
Continua ...
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Fonte de Pesquisa:
Arquivo Municipal de São Cristóvão/Fundo: Livro de Leis e Decretos.
A Biblioteca Provincial/Gil Francisco /Edise
